O primeiro curso de Português brasileiro para estrangeiros, realizado em 1995, foi pensado para atender estudantes intercambistas provenientes de universidades estrangeiras conveniadas com a UFPR. Com o passar do tempo, os cursos de PLE (Português como língua estrangeira), assim nomeado na época, passaram a ser ofertados também a estrangeiros membros da comunidade local, os quais traziam demandas de práticas discursivas diferenciadas.
Em 1999, o Celin-UFPR tornou-se aplicador do exame Celpe-Bras (Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros), sendo esse o passo inicial para a reformulação dos cursos. Em 2012, com a chegada de alunos imigrantes haitianos e sírios, a diversidade do público interessado em aprender português brasileiro só aumentou. Diante dessa heterogeneidade de públicos e de suas necessidades específicas, passou-se a pensar em práticas de ensino, formação de professores e organização logística que pudessem dar conta dessa nova realidade. Assim, foram criados diferentes formatos para os cursos ofertados, levando sempre em consideração o repertório linguístico e cultural trazido pelos estrangeiros interessados e suas necessidades específicas de aprendizado.
A partir de julho de 2022, sob nova coordenação, os cursos de Português como Língua Estrangeira (PLE) passam a ser chamados de Português como Língua Adicional (PLA), acompanhando o uso desta nova terminologia na linguística aplicada, sigla que, atualmente, melhor define nossas aulas de português brasileiro no Celin: em contexto de ensino multilingue e em imersão. Entendemos que línguas não são “algo estrangeiro”, são culturas, o que implica que não há cultura superior nem inferior, há culturas em contato que se mesclam, se adicionam umas às outras, tornando as aulas de português como língua não materna um espaço intercultural e, por isso mesmo, de formação de cidadãos críticos-reflexivos.